Meus pacientes sempre melhoram após a minha consulta fisioterapêutica. Por isso, considero a minha técnica a melhor para qualquer coisa!!!!!


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Meus pacientes sempre melhoram após a minha consulta fisioterapêutica. Por isso, considero a minha técnica a melhor para qualquer coisa!!!!!


  • Postado em: 19/11/2022 às 09:00
  • Autor: Dra. Anke Bergmann

Meus pacientes sempre melhoram após a minha consulta fisioterapêutica.  Por isso, considero a minha técnica a melhor para qualquer coisa!!!!!

Inúmeros fatores fazem com que o paciente melhore, independente da técnica empregada. Os ensaios clínicos randomizados mostram que, mais da metade da melhora obtida, não está relacionada a técnica empegada.

Então... a resposta ao tratamento depende de inúmeros fatores!

Esses efeitos diferem de acordo com o tipo de intervenção, a via de administração e das condições de saúde!

EFEITOS DO PLACEBO NA PRÁTICA CLÍNICA:

• Diferentes indivíduos experimentam e lidam com a dor crônica de maneiras diferentes;
• As respostas de cada paciente às intervenções terapêuticas são diferentes;
• Alguns respondem a placebos ao longo do tempo, enquanto outros não respondem ao placebo relacionado à dor.
• A expectativa e os efeitos do placebo são em grande parte (e muitas vezes exclusivamente) responsáveis ​​pelo efeitos terapêuticos de tratamentos não farmacológicos.

Se o efeito placebo reduz sintomas e não tem efeitos colaterais, por que não prescrever placebos?

Questões éticas!

• Não se deve enganar os pacientes
• Placebo NÃO cura, mas alivia sintomas
• Efeitos podem ser inconstantes e inconsistentes
• O uso de placebos pode atrasar ou impedir diagnósticos e tratamento de condições mais sérias.

Mas...
Sempre podemos nos beneficiar do efeito placebo com uma boa relação interpessoal, utilizando a melhor evidência científica possível seguindo os requisitos éticos de consentimento informado e autonomia do paciente.

CUIDADO!

Uso NÃO ético dos placebos:


• Propósito exclusivo de ganhar dinheiro ou economizar tempo
• Dizer ao paciente que a terapia tem efeito, quando sabemos que provavelmente não tem. Em vários outros casos, no entanto, as considerações éticas não são assim óbvias:
• Algumas condutas fisioterapêuticas ainda não tem fortes evidências cientificas e, portanto, podem ser inativos (placebo). Nesse caso, avaliar os efeitos Nocebo.
• Além disso, na clínica, temos experimentado situações onde várias terapias não tiveram efeito positivo. É antiético, nesses casos, tentar outras modalidades fisioterapêuticas “inofensivas”, esperando que terão pelo menos um efeito
placebo?


O que devemos fazer?


• Respeita a autonomia do paciente
• Avaliar o desejo, as crenças e atitudes do paciente na clínica situação.
• Priorizar a informação ao paciente de forma válida e adequada a fim de potencializar os efeitos clínicos.

Como posso usar o efeito placebo a meu favor na prática clínica?

• Considere administrar intervenções em um contexto positivo, sugerindo estratégias de enfrentamento e fornecendo
dica multissensorial para promover o condicionamento;
• Incentive os pacientes a relatarem suas experiências anteriores positivas ou negativas com as intervenções;
• Apresentar aos pacientes possíveis efeitos realistas da intervenção para evitar uma discrepância entre o que é
esperado e o que realmente ocorre;
• Trabalhe as expectativas dos pacientes em relação ao tratamento e aos resultados;
• Estruture informações sobre os efeitos colaterais de forma a minimizar os efeitos Nocebo;
• Use estratégias de comunicação para reduzir a probabilidade de não adesão ao regime de tratamento ou descontinuação do tratamento;
• Considere o uso de estratégias educacionais (por exemplo, clipes de vídeo de pacientes relatando experiências positivas de tratamento) para melhorar os resultados.

"O que fazer" e "o que não fazer" no gerenciamento do efeito placebo na clínica prática?

FAÇA:

• Considere o placebo como parte regular do tratamento;

• Informe o paciente sobre os possíveis efeitos placebo, no sentido de maximizar os efeitos positivos e minimizar os negativos;

• Garanta um boa relação fisioterapeuta-paciente com base na confiança, cordialidade, empatia;

• Promova treinamento dos profissionais de saúde na comunicação com os pacientes e familiares.

NÃO FAÇA:

• Não corra riscos para maximizar os efeitos placebo;

• Não considere o engano um componente necessário do efeito placebo.

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